O capitalismo é decididamente uma estratégia eficiente. Até mesmo a religião está envolvida, até o pescoço, na lógica do capital. O que antes eram pessoas que entregavam suas vidas a uma causa, viviam para cumprir os pressupostos de sua ideologia, se mostra muito diferente do que vemos hoje: estratégias de marketing sob a égide do “gospel”. Vender um produto é a grande questão. Fizeram do Evangelho um produto a ser vendido sob estratégias pré-estabelecidas de marketing visual e por que não, marketing pessoal.
A Reforma protestante, que se materializa em 31 de outubro de 1517, data em que Matinho Lutero afixa as 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittemberg, tinha por objetivo ordenar a maneira como se devia praticar a religião cristã. As chamadas “cinco solas” de Lutero são os princípios fundamentais da reforma, são elas:
1. Sola fide (somente a fé);
2. Sola Scriptura (somente a escritura e assim deixando a tradição católica de lado);
3. Solus Christus (somente Cristo);
4. Sola gratia (somente a graça);
5. Soli Deo gloria (glória somente a Deus).
Estes cinco fundamentos da reforma precisam ser ensinados no meio cristão protestante novamente. A fé moderna se corrompe para dar lugar a estratégias de vitória pessoal, como seminários que prometem prosperidade, curas, libertações…fazendo com que o povo acredite que participar de tais eventos são condições suficientes para alcançar o que buscam. A condição é sempre e somente a fé!
Ensinar as Escrituras significa, nos dias de hoje, cursos rápidos, e por que não, à distancia (os modernos EADs), não se busca mais a iluminação advinda do texto sagrado, apenas acúmulo de conhecimento. Uma outra percepção que podemos ter é de que a igreja simplesmente deixa de ensinar. Os líderes colocam a culpa nas pessoas que não têm interesse. As pessoas acham chato demais ficarem parados ouvindo horas de ensino. E o povo padece porque lhe falta conhecimento (Os 4:6)
O mundo gospel já colocou Cristo em segundo ou terceiro lugar. Hoje não é mais “somente Cristo” e sim, “somente o meu cantor preferido”, “somente o pastor ungido”, “somente o(a) palestrante do seminário”….Cristo fica só na oração…”em nome de Jesus, amém.”.
Graça? É mais interessante pregar o inferno, o medo e o julgamento. Não pregamos mais a graça de Jesus, seu amor e o fato de Ele insistir em nos salvar. Pregamos a mensagem do diabo, do medo, da culpa e da acusação. Misericórdia!
Adoramos somente a Deus? O dinheiro não significa nada para nós, as pessoas e suas opiniões não mudam o que somos? As lindas vozes no meio evangélico não são idolatradas, nem mesmo os famosos pastores. Será???
A geração gospel caminha para a necessidade de uma segunda reforma protestante.